sexta-feira, 11 de julho de 2008

Workshop, Dias 04 e 05: Bichos e Plantas
no Tennessee

Corujão-orelhudo (Bubo virginianus)
em recuperação no BRWI
Foto: © Daniel De Granville, 2008


Entro no prédio e sou tomado pela diversidade de sons desconhecidos. São dezenas, talvez centenas de aves que nunca vi nem ouvi, cantando em algum canto. O cheiro, parecido com o de um zoológico, é mais familiar. Mas nada de bichos ao alcance dos olhos. Logo ao lado, no escritório pequeno, mas agitado, Nina Fischesser orienta pelo telefone uma senhora de idade muito assustada com um esquilo que invadiu sua sala de estar. Estamos nos aproximando do final do Workshop e hoje é dia de visitar mais lugares que trabalham com meio ambiente, como o Blue Ridge Wildlife Institute, um centro de reabilitação de animais silvestres fundado e dirigido por Nina, com o auxílio de seis estudantes voluntários que se dedicam ao trabalho nas férias de verão.

O “BRWI” situa-se dentro do Lees-McRae College, é mantido por instituições não-governamentais e tem por objetivo resgatar e recuperar espécimes da fauna nativa norte-americana. Aberto desde 1995, trata em média 600 animais por ano, entre corujas, falcões, passarinhos e pequenos mamíferos. Atividades de educação ambiental são realizadas com aqueles bichos que por algum motivo – geralmente ferimentos que mesmo curados impedem uma vida normal – não poderão voltar à natureza.

Filhotão de coruja experimenta a
mão de Nina Fischesser
Foto: © Daniel De Granville, 2008


Outros trabalhos realizados ao longo dos últimos dias de workshop incluíram uma palestra e atividade de campo sobre cultivo e uso de plantas medicinais, apresentações sobre a história geológica do Estado da Carolina do Norte e saídas a campo para ambientes de montanha situados em áreas mais altas, onde a vegetação é bastante diversa da que estávamos vendo até então.

O interesse pelas plantas e ervas medicinais é uma atividade promissora que vem crescendo rapidamente nos EUA: movimenta hoje US$ 4,6 bilhões no país, segundo a palestrante Dra. Janine Davis, do Departamento de Horticultura da NCSU. Alguns produtos, como o Ginseng selvagem – usado para fortalecer o sistema imunológico e controlar a pressão arterial – chegam a valer algo entre R$ 3.500 e R$ 5.000 por kg no mercado especializado!


Com a mão na massa durante a
atividade de plantas medicinais
Foto: © Daniel De Granville, 2008


Encerrando a seqüência de atividades de campo, na quinta-feira fomos até o Parque Estadual Roan Mountain, no Estado vizinho do Tennessee, com o geólogo Dr. Jack Callahan, da Appalachian State University. Dentre as claras diferenças na paisagem, pelo fato de estarmos a quase 2 mil metros de altitude, chamou atenção a exuberância das azaléias (Rhododendron), como pode ser conferido pela foto.


O festival das azaléias
na Roan Mountain, Tennessee
Foto: © Daniel De Granville, 2008


O workshop terminou na sexta-feira, com a conclusão dos trabalhos individuais, algumas atividades de avaliação em grupo e apresentações finais – incluindo um documentário sobre o Projeto Gadonça, apresentado e discutido por todos os participantes, encerrando o evento. Na próxima semana teremos os primeiros desdobramentos da minha passagem pelos EUA, quando inicia-se a viagem de 2 semanas por São Paulo, Pantanal e Bonito com um grupo de educadores do país, alguns dos quais participaram de minhas palestras e exposições.

Projeção de documentário sobre o Projeto Gadonça
encerra o workshop.
Foto: © Daniel De Granville, 2008

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