Hoje começou o Grandfather Mountain International Workshop, evento sobre educação e ciência do qual estou participando em Banner Elk, Carolina do Norte (EUA). Até a próxima sexta-feira (27 de junho), 32 educadores formais e não-formais estarão realizando trabalhos voltados ao ensino de ciências em diversos níveis. A programação enfatiza práticas de investigação científica em campo, onde seremos divididos em equipes que deverão desenvolver projetos distintos ao longo da semana, voltados a temas como recursos hídricos, qualidade do ar e biodiversidade. As atividades incluem saídas com especialistas de áreas variadas, sempre ligadas às questões sócio-ambientais.
Na programação do primeiro dia, duas palestras introdutórias aos ambientes naturais da região das Blue Ridge Mountains (a cadeia montanhosa onde estamos localizados) e sobre tendências para a educação das ciências. Michael Tally, supervisor científico nas escolas públicas do Condado de Wake, falou sobre o papel da educação científica frente à globalização e a posição dos EUA no processo. Com a crescente internacionalização das empresas norte-americanas, cada vez mais os trabalhadores do país necessitam vivenciar diferentes realidades das nações com as quais mantém relações. “Nossos alunos precisam conviver globalmente, pois irão trabalhar globalmente”, afirmou Tally. “As escolas devem ser um ambiente de trabalho multiétnico e multinacional, e dez mil professores conscientes equivalem a dez milhões de mentes conscientes”. Mas o que isto tem a ver com turismo científico?
Turismo Científico Entrando em Cena
Tally enfatizou o fato de que não há como um professor ensinar sobre um tema do qual não tem conhecimentos. Ou seja, para se educar com visão global, é necessário vivenciar experiências globais – e é exatamente isto que o NCSU Sci-Link, idealizador e promotor do evento, proporciona. Através de expedições anuais partindo dos EUA para o Brasil, o Sci-Link conecta cientistas, professores e estudantes dos dois países, transformando conhecimento científico e vivências internacionais em práticas pedagógicas. Os participantes das viagens realizadas pela entidade – organizadas em conjunto com o Instituto Sangari e a Ambiental Expedições – passam duas semanas no Brasil, geralmente no mês de julho, visitando a cidade de São Paulo e ambientes naturais como a Mata Atlântica, o Pantanal e Bonito, em Mato Grosso do Sul. Durante este período, realizam atividades semelhantes às que estamos desenvolvendo durante esta semana de workshop.
NCSU Sci-Link, abre o Workshop
Foto: © Daniel De Granville, 2008
Este será o segundo ano que eu acompanho os grupos do Sci-Link pelo Pantanal e Bonito, mas antes eu vou sentir como é estar do outro lado. Pela primeira vez em minha carreira, durante os próximos dias eu serei o “turista científico” conduzido por outros profissionais com a obrigação de atingir os objetivos de trabalho propostos, e não o “guia naturalista” que acompanha os turistas para garantir que tudo vai ser cumprido por eles. Amanhã tem mais novidades!
.
Leia entrevista que a Dra. Harriett Stubbs, diretora do NSCU Sci-Link, concedeu ao site “Planeta Sustentável”.
.
.
Saiba mais sobre minha viagem no blog Photo in Natura
Nenhum comentário:
Postar um comentário