quinta-feira, 1 de maio de 2008

E S P É C I E S

Muitas espécies de animais e plantas, além de outros aspectos ambientais, são temas das pesquisas vivenciadas por quem participa de atividades de turismo científico. A seguir listamos 5 dos principais representantes da nossa fauna que se destacam nos projetos.


(fotos: © Daniel De Granville, 2004-2007)




Onça Pintada (Panthera onca)
O maior felino das Américas é também um dos mais enigmáticos representantes de nossa fauna. Seu comportamento de predador e sua posição no topo da cadeia alimentar, associados à dificuldade em serem observadas na natureza, fazem dele o objeto de desejo daqueles que se interessam pela observação de vida selvagem, algo como os “big five” da África. De hábitos solitários, comportamento noturno e diurno, podem pesar até 120 kg. Há evidências de que as onças do Pantanal tendem a ser maiores quando comparadas com indivíduos de outras regiões do Brasil, provavelmente por se tratar de um ambiente mais aberto, onde o deslocamento não é dificultado pela vegetação de floresta densa. A destruição de hábitats e a caça, principalmente por ser um predador de rebanhos domésticos, estão entre as principais ameaças à espécie.




Arara Azul Grande (Anodorhynchus hyacinthinus)
Trata-se do maior psitacídeo (família da araras, periquitos e papagaios) do mundo, podendo atingir 1 metro de comprimento. Além do Pantanal, ocorre também no sul da Amazônia e outras partes das regiões Norte e Nordeste. Passam a maior parte da vida em bandos, permanecendo aos casais no período reprodutivo, durante o segundo semestre do ano. Seu principal alimento são cocos de palmeiras nativas, como o acuri (Scheelea phalerata), que conseguem quebrar com seus poderosos bicos. O ninho é feito em ocos de árvores, com destaque para o manduvi (Sterculia). Está na lista de espécies ameaçadas da IUCN, principalmente devido à destruição de hábitats, tráfico e utilização em arte plumária indígena.




Papagaio Verdadeiro (Amazona aestiva)
Medem aproximadamente 36 cm, com peso em torno de 400 gramas. É uma espécie monogâmica, ou seja, após se formarem os casais permanecem unidos durante toda a vida. São animais conhecidos por sua longevidade (mais de 50 anos em cativeiro e de 20 a 30 anos na natureza). Alimentam-se de sementes, frutos, polpas e brotos de folhas e flores. Das dezenas de espécies de papagaios, o Amazona aestiva é o mais cobiçado como animal de estimação pela facilidade com que aprende a imitar sons humanos (daí o nome popular “verdadeiro”). Dentre os animais silvestres mantidos em cativeiro no Brasil, esta é a espécie mais comum, sendo a mais apreendida nas mãos de traficantes de fauna.




Ariranha (Pteronura brasiliensis)
Curioso animal semiaquático que vive em grupos de até nove indivíduos. Excelentes mergulhadoras, possuem nítidas adaptações para a vida na água, como as membranas entre os dedos (à semelhança dos patos) e uma cauda achatada que auxilia na propulsão. Alimentam-se principalmente de peixes, podendo comer serpentes e filhotes de jacarés. Fazem tocas no barranco dos rios, onde criam seus filhotes. As marcas brancas que possuem na garganta são únicas para cada indivíduo, servindo como uma “impressão digital”. Sua vocalização, composta por grunhidos e outros sons agudos, é inconfundível. A caça no passado (para uso da pele ou pelo fato de competirem com pescadores) e a perda de hábitats são as principais ameaças para a espécie, classificada como “em perigo” pela IUCN.




Morcegos (Chiroptera)
Nesta grupo enquadram-se os únicos mamíferos capazes de voar. Possuem os membros anteriores transformados em asas, compostas pelos dedos extremamente alongados entre os quais existem membranas flexíveis. De hábitos noturnos, utilizam-se de um tipo de sonar para se orientar, em um processo denominado ecolocação (no Velho Mundo existem as chamadas “raposas voadoras”, que não possuem esta característica e se orientam pela visão e olfato). No mundo existem cerca de 950 espécies de morcegos, sendo o segundo grupo mais diverso de mamíferos na atualidade depois dos roedores. Destas, 141 ocorrem no Brasil. Nas florestas tropicais, geralmente há mais espécies de morcegos do que todos os outros mamíferos somados. Apesar do preconceito e superstições que envolvem estes animais, são extremamente importantes no equilíbrio ecológico, controlando a população de insetos dos quais se alimentam e dispersando sementes e pólen de plantas.

Perguntas? Comentários? Se você observou alguma informação incompleta/incorreta, ou ainda souber de outras espécies que não tenham sido contempladas na lista acima, por favor envie um recado!
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Um comentário:

Fernando Soares disse...

Daniel e demais leitores, há uma grande quantidade de turistas que visita nossas feiras de rua e acha exótico a venda de animais silvestres. Sabemos quais as consequências disso. Um bom projeto de turismo científico seria quantificar essas espécies observadas, talvez inserindo numa página dinâmica da web para que todos tenham acesso a entrada de dados e à consulta.